A biografia do continente europeu é marcada pela desunião. Os pretextos para as disputas no velho continente iam desde poder e domínio de territórios até heranças e desavenças religiosas.
Os impérios grego e romano foram protagonistas de grandes batalhas, inclusive internas. Na idade média, a França e a Inglaterra, como grandes potências econômicas e militares, assumiram este papel, como na “Guerra dos Cem Anos”. Conflito este que, pelo nome, já demonstra a disposição de digladiarem-se. O contato com os vikings pode ter favorecido o temperamento contendedor. Então, veio a “Guerra dos trinta anos” entre protestantes e católicos; passaram pelas disputas por territórios nas colônias; até chegarem nas duas grandes guerras mundiais, cujo cenário não poderia ser outro, senão a Europa. E claro, com direito a tiranos com propósitos megalomaníacos de domínio mundial. Só mesmo um país daquele continente teria um imenso muro de concreto dividindo-o ao meio como o de Berlim, na Alemanha.
Então, ao final do século XX, contrariando o que já fora escrito, surge a União Européia. Ninguém poderia imaginar que isto um dia aconteceria. E com direito a moeda única, o euro. Todo o passado de desunião foi suprimido em prol do progresso e do desenvolvimento.
A recente crise econômica que assola aquele bloco econômico-social não foi suficiente para desfazê-lo, apesar de esta idéia ter sido ventilada. Ao contrário, revelou novamente atitudes impensáveis há algumas décadas. A França e a Alemanha, arqui-inimigas nas guerras mundiais, juntas para promover socorro financeiro a países que, como a Grécia, estão afligidos por altas taxas de endividamento e desemprego. Hitler jamais admitiria tal aliança.
Na contramão da crise está a Alemanha. Esta não passa por recessão nenhuma, pois manteve a disciplina na economia, ou seja, fez direitinho sua lição de casa. Enquanto a Grécia sofre com o desemprego, os cidadãos alemães compram, investem e até se divertem. Para eles crise é conversa de mesa de bar, assim como a história de desunião europeia. Agora, mais uma vez o passado está sendo deixado de lado, ainda que com resistência, pela sobrevivência do bloco.
Origem de danos bem maiores à humanidade, a história de separação entre o homem e Deus começou no Éden. A desobediência criou um abismo entre os dois. Dessa forma, foi estabelecido um conflito que ainda persiste. De um lado a vontade divina e, do outro, a humana. Esse conflito, em suma, é a raiz dos males deste mundo.
Sobre esse abismo de separação, entretanto, foi construída uma ponte. Isto é exatamente o que Jesus Cristo representa: um elo de ligação entre Deus e o homem. Do Senhor partiu a iniciativa da redenção. Agora não seremos mais condenados pelos nossos próprios pecados, porque Cristo já foi condenado por nós. Precisamos apenas “tomar a nossa cruz e segui-lo”.
Infelizmente ainda há aqueles que resistem a passar por essa ponte. Os motivos são os mais variados. Alguns sequer reconhecem que precisam dessa reconciliação, não reconhecem a crise nas suas vidas provocada pelo pecado. Porém, um dia terão que admitir. E, assim como vários países europeus, terão que pedir ajuda. Mas, poderá ser muito tarde.
Por ora, a União Europeia luta para permanecer coesa. E as contendas do velho continente, para quem não viveu, assim como a salvação em Cristo para os incrédulos, são apenas assuntos para uma conversa descontraída. Talvez numa mesa de bar em Berlim. Mas , apesar da incredulidade que existe, Jesus continua reconciliando os homens com Deus.
Artigo escrito por André Falcão
e publicado no Jornal O DIA em 05/08/2012
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