terça-feira, 29 de novembro de 2011

O encontro

            


            Há cerca de dois mil anos um homem cego estava na cidade de Jericó à beira do caminho mendigando. Uma cena muito comum naquela época e hoje não muito surpreendente. Sem dúvida aquele homem não imaginava que teria um encontro que mudaria a sua vida para sempre.
             Existem a todo o momento encontros nas nossas vidas. Alguns meramente casuais e rotineiros. Mas, alguns parecem providenciais. São aqueles que nos marcam de forma determinante, tanto positiva quanto negativamente.
            Em 1871 o famoso encontro do jornalista inglês Henry Morton Stanley com o grande missionário escocês David Livingstone na atual região da Tanzânia abriu as portas para a colonização de boa parte da África Meridional pelas coroas européias. Uma exploração sangrenta e desumana. Rumo bem diferente do pretendido pelo nobre missionário que durante a sua vida proporcionou o encontro de muitas pessoas com Cristo.
            Mediado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton, o encontro do então primeiro-ministro israelense Isaac Rabin e do líder palestino Yasser Arafat nos Acordos de Paz de Oslo em 1993 significaram um trégua nos conflitos árabes-israelenses. Naquele mesmo ano o Pastor e Evangelista Internacional Josué Yrion foi à Rússia a convite de Boris Yeltsin como cortesia pela perseguição que o regime comunista impôs aos cristãos. Nessa ocasião o Pastor distribuiu cerca de 16.000 Bíblias e uma senhora muito emocionada ao receber a sua disse: “Faz 45 anos que Stalin tirou a única que eu tinha”.
             O retorno dos judeus para Israel após a sua declaração de independência em 1948 é para muitos teólogos cumprimento de profecias bíblicas. Os judeus reencontraram não só sua nação, mas a sua própria identidade que estava ameaçada de extinção. Hoje são novamente um povo forte e com um grande poder sobre o mundo.        
             Há todo momento alguém passa por nossas vidas, mas há pessoas que precisam encontrar-se consigo mesmo. Enquanto isso a natureza nos proporciona encontros ininterruptos como o das águas escuras do rio Poty com as barrentas do rio Parnaíba. É um lindo cartão postal e símbolo de nossa Teresina.
            Muito mais importante do que os encontros é o que acontece depois deles, ou seja, o que eles provocam. Os evangelhos sinóticos não descrevem a história exatamente da mesma forma, mas concordam em pelo menos três pontos principais: um homem cego teve um maravilhoso encontro com Jesus Cristo, foi curado e o seguiu. Muitas pessoas têm buscado a Cristo e até mesmo o encontrado, mas geralmente estão buscando as bênçãos, os milagres, as curas. E muitas vezes são atendidas em suas súplicas, mas logo esquecem daquele que os abençoou. Não sofrem uma mudança interior. Não querem segui-lo. Jesus certa vez disse: “se alguém quiser vir após mim, negue-se a sim mesmo, tome a sua cruz, e siga-me”. Aqui está o principal. Aquele cego de Jericó tomou a atitude mais importante da sua vida: o seguiu. Mais importante do que encontrar-se com Cristo e até mesmo do que receber seus milagres é segui-lo.

      Artigo escrito por André Falcão Ferreira
    e publicado no Jornal O Dia em 28/11/2011.


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