quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Santa Maria: mais sobre ambientes e práticas, menos sobre pessoas



Como grande parte da juventude moderna, já estive numa boate. Para ser mais franco estive em várias e por muitas vezes. Por isso, ao tempo em que estou deveras triste pelo episódio fatídico de Santa Maria, também estou muito grato a Deus por não ter acontecido comigo algo semelhante quando estava no mesmo tipo de ambiente.
Já andei por muitos lugares na minha vida: desde os agradáveis, seguros e descentes, até aos bem opostos a isto. E com o devido respeito, quero citar alguns como parques de diversões, casas de amigos, igrejas, repartições públicas, shoppings, clubes, ruas, favelas, casas noturnas e até prostíbulos. Porém, dos lugares por onde já andei, considero as boates um dos mais inseguros, mesmo as elitizadas.
Não estou falando de estatísticas, pois pode ser que os números mostrem, em termos absolutos, que em outros lugares pessoas morram ou se machuquem mais, como numa favela por exemplo. Mas, se compararmos o número de pessoas que andam em favelas e a quantidade de tempo que lá passam (incluindo os moradores, é claro) com o das casas de shows, é racionalmente evidente que estas últimas são relativamente mais inseguras.
E analisando sob a cosmovisão teísta cristã, que acredito ser a que melhor explica a existência e o funcionamento de tudo, posso afirmar categoricamente que boates são os ambientes onde há mais promiscuidade que conheço. Nelas está a maior concentração de pecado por metro quadrado. Brigas, contendas, palavras torpes, bebedeiras, drogas, adultério (por atos e pensamentos), fornicação (por atos e pensamentos), desobediência, ira, roubos dentre outros. E o pior é que se paga, às vezes, valores absurdos pra entrar nelas. Pesa ainda contra as tais o fato de que nelas muitos bebem o primeiro gole de uma funesta carreira de alcoolismo; fumam o primeiro cigarro de muitos que lhe matarão de câncer ou de várias outras doenças; começam relacionamentos promíscuos que resultam em doenças sexualmente transmissíveis, gravidez indesejada e até aborto; ou iniciam o contato com um dos maiores males da sociedade atual – as drogas.
É possível encontrar alguém decente dentro de uma boate? Sim. Principalmente com o constantemente alterado e deturpado conceito de decência que consiste apenas em: “nunca matei e nunca roubei”. Por outro lado, há pecados e indecência em vários outros lugares e até mesmo naqueles considerados santos.
E por falar em lugares santos, é bem possível que alguém possa morrer ou ser agredido numa Igreja. Mas, uma pessoa intelectualmente honesta, independente de credo, há de concordar que nestas as pessoas são incentivadas a não iniciar ou deixar, a bebida, o cigarro, as drogas, o adultério, o roubo e muitas outras mazelas carnais e espirituais da sociedade. O pecado numa Igreja é, e deve ser, a exceção. Nas boates, entretanto, é a regra. Não precisa ser nenhum teólogo ou sociólogo para saber que a nossa sociedade seria bem melhor se os nossos jovens vivessem o que é pregado e praticado nas Igrejas e não o que é pregado e praticado numa casa noturna.
Não tenho condições físicas e espirituais de afirmar exatamente quem era correto ou decente naquela tragédia de Santa Maria, mas posso dizer por meio da cosmovisão cristã, baseada na Bíblia, que não é correto frequentar ambientes onde pecado é a regra, exceto para fazer ações como pregar a Palavra, semear o amor e ajudar ao próximo, como os bombeiros que entraram lá.
Lamento muito pelo ocorrido e entendo que as reflexões e os debates sobre o tema são pertinentes e devem se estender visando o aperfeiçoamento da sociedade.
Não podemos nos conformar com algo tão terrível ou esquecer tão facilmente. Quanto aos questionamentos sobre “onde estava Deus” num momento como aquele, digo apenas que é muito mais fácil cobrá-Lo do que obedecê-Lo.

Artigo escrito por André Falcão Ferreia
e  Publicado no Jornal O DIA em 31/01/2013

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