Localizada
na cidade de Nova York, nos Estados Unidos, Wall Street significa
literalmente “rua da parede” e representa o mais poderoso centro
comercial e financeiro do cenário mundial. Naquela rua está sediada
a Bolsa de Valores de Nova York, a maior do planeta em movimentação
de recursos econômicos. Lá estão também alguns dos bancos e
escritórios de empresas mais poderosos do mundo, instalados em
suntuosos arranha-céus. Nas suas calçadas todos os dias pisam
vários dos mais ricos empresários e investidores.
Wall
Street, entretanto, provavelmente seja a capital mundial da ganância,
da avareza e da usura. Na rua onde são tomadas decisões que
repercutem em todo o mundo, também acontecem transações escusas e
indecorosas que não raro usam os meios públicos para o alcance de
fins particulares. Ali, o capital que financia toda a imponência é
o mesmo que corrompe e desperta um desejo compulsivo que torna alguns
homens capazes de qualquer coisa para tê-lo. Homens com fortunas tão
opulentas que nem mesmo todos os dias restantes de suas vidas seriam
suficientes para exauri-las.
E
é devido a este segundo perfil que Wall Street também foi palco de
verdadeiros colapsos financeiros com consequências catastróficas e
de repercussões globais. A despeito das teorias e explicações
técnicas de renomados estudiosos, resta evidente que crises como a
de “1929” (grande depressão), das “empresas ponto com”
(bolha da internet) e do subprime (bolha imobiliária) foram causadas
mormente pela ensandecida fome de dinheiro de alguns homens. Um
esquema megalomaníaco muito bem arquitetado para extrair o máximo
de lucro e a qualquer custo: bancos vendendo títulos sem chances de
retorno como se fossem altamente rentáveis, ex-diretores de bancos
trabalhando em cargos do alto escalão do governo em favor de
interesses particulares, agências de classificação de riscos
cotando investimentos sem garantia de retorno como confiáveis e,
fechando a conta, executivos recebendo fortunas de salário enquanto
milhões de pessoas perdiam suas economias e empregos. Um dos
símbolos da pujança norte-americana possui um lastro de atitudes
vergonhosas.
Vergonha talvez ainda
maior do que a patrocinada pelos agentes de Wall Street, a
crucificação de Cristo, a princípio, pareceu a derrota da missão
messiânica. O homem pelo qual viria a salvação de todos estava
morto. E não por qualquer morte, mas por uma que era dispensada
apenas a criminosos da pior espécie. Porém, o que muitos não
sabiam é que tudo já estava profetizado. Em Isaías 53.7 assim
estava predito sobre o messias: “Ele foi oprimido e afligido, mas
não abriu a sua boca; como um cordeiro foi levado ao matadouro”. E
Jesus demonstrou que conhecia o seu próprio destino ao repreender
por duas vezes o apóstolo Pedro quando este tentou impedi-lo de
cumprir a sua missão (Mt 16 e Jo. 18.10). Em Isaías está previsto
até mesmo a forma como Ele morreria: “e foi contado com os
transgressores” (cap. 53), ou seja, como um facínora.
Jesus foi vilipendiado,
não por causa dos seus erros, uma vez que não os possuía, mas
pelos nossos. Isto também foi previsto por Isaías: “ele foi
ferido por nossas transgressões, e moído por causa das nossas
iniquidades”. Jesus abriu mão das suas prerrogativas divinas (Fp.
2.5,6) e se entregou a uma condenação humilhante por amor a todos
nós. Esta condenação proporcionou a nossa vitória sobre o pecado,
e a exaltação de Cristo sobre tudo e todos. Tal vitória foi
consagrada logo após com a ressurreição. A Cruz que a princípio
foi motivo de derrota tornou-se símbolo da maior vitória.
Diferente de Wall Street,
Jesus não tinha boa aparência, imponência, nem uma vida suntuosa,
mas era puro como um “cordeiro sem mácula”. Ele foi motivo de
escárnio, porém foi alçado ao posto superior a todos os homens. A
vida negociada por moedas, que não comprariam um único terno de um
rico executivo, nos garantiu prêmio mais valoroso do que todo
o dinheiro transacionado na Bolsa de Nova York. O lugar onde era
produzido um espetáculo infame
veio a ser o palco da maior prova de amor que já existiu.
Artigo escrito por André Falcão Ferreira,
Publicado
no Jornal O Dia, de Teresina-PI, em 18/11/2013
e Publicado no Jornal O Povo, de Fortaleza - CE, em 15/12/2013
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