As
nossas atitudes exercem grande influência sobre o lugar e forma que
morreremos. Uma das maiores certezas que temos é que um dia nossas
vidas chegarão ao fim. E isto pode acontecer das mais variadas
formas. Mas, parece que a forma como alguns nos deixam provoca
surpresa, dúvida e reflexão.
Provavelmente
estes sentimentos foram experimentados pelo eletricista que
casualmente encontrou o corpo de Kurt Cobain em sua própria casa com
manchas de sangue na cabeça e uma espingarda ao lado. A nota de
suicídio deixada por Kurt denunciou a forma como foi morto. E as
suas anteriores internações para tratamento da dependência química
já demonstravam uma tragédia pessoal e anunciavam algo ainda pior.
O calor explosivo do sucesso de sua banda Nirvana foi superado pela
desilusão e frieza daquele corpo sem vida.
Ainda que em água
aquecida, o frio da morte também encontrou Whitney Houston. Dona de
uma voz inconfundível, a cantora se tornou a artista mais premiada
de todos os tempos e chegou a vender mais de 200 milhões de cópias.
Mas, foi vencida pelas drogas que a fizeram se afogar na banheira de
um hotel. A criança que começou cantando no coral da sua Igreja e
foi coroada com uma carreira brilhante teve um final nada glorioso.
Quatro
décadas antes, um cenário semelhante apresentou a controversa morte
do cantor Jim Morrison da banda The Doors. O corpo do artista de 27
anos foi encontrado na banheira de seu apartamento em Paris. A causa
oficial foi ataque cardíaco, porém a sua dependência das drogas e
álcool levou alguns fãs e biógrafos a defenderem a hipótese de
overdose.
O
fim de quem vive com dúvidas deixa ainda mais dúvidas. Essas
pessoas não estavam certas do valor das suas vidas. E não é
difícil perceber que a maneira como viveram, embora tão desejada,
pavimentou o caminho para a partida trágica, prematura e insana.
Kurt
Cobain, Whitney Houston, Jim Morrison, Jimi Hendrix, Janis Joplin,
Elvis Presley, Elis Regina, Chorão e tantos outros: se eles tivessem
decidido em algum momento de suas vidas viver conforme os
ensinamentos cristãos provavelmente seriam taxados de loucos, fracos
e até fundamentalistas. Ocorre que o final encontrado por eles não
está disponível na trajetória cristã.
Quando
Jesus disse: “eu vim para que tenham vida, e a tenham com
abundância”, Ele estava falando de algo que nem mesmo a morte pode
vencer e falando de vontade de viver. Aos artistas aqui mencionados e
a tantos outros lhes faltou vontade de viver. Faltou-lhes tratar a
morte como o final de uma carreira e não como a interrupção.
Faltou-lhes compreender os propósitos das suas vidas.
Jesus
tinha absoluta convicção dos propósitos da sua vida e até mesmo
dos da sua morte, sendo que esta foi derrotada por Ele para que seja
apenas uma mera etapa nas nossas vidas e não a nossa derrota. Ele
não oferece uma alienação aos problemas, Ele é a força para
vencê-los.
A
última música cantada por Whitney Houston foi “Jesus loves me”.
Creio que, como o jovem rico (Mt. 19.16-22), ela estava demonstrando
que amava a Jesus, porém não estava disposta a se desprender de
tudo e seguir os rumos Dele. Há caminhos que parecem direitos ao
homem, mas o fim deles são os caminhos de morte (PV 14.12). Todos
nós seguimos por algum caminho, mas o de Cristo não acaba na
banheira de um luxuoso apartamento em Paris.
Artigo escrito por André Falcão Ferreira,
publicado no Jornal O DIA, Teresina-PI, em 21/07/2013,
e publicado no Jornal O POVO, Fortaleza-CE, em 11/08/2013.
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