Recentemente, uma revista
nacional publicou com destaque uma matéria capciosa e desacertada sobre o que
ela denomina “extremismo evangélico”.
Logo no início, na ânsia de
mostrar a qualquer custo um caso que possa ser insinuado como radicalismo, é
mencionado um episódio protagonizado por Lucinho Barreto, um jovem pastor da
Igreja Batista Lagoinha. É de bom alvitre ressaltar que Lucinho Barreto não tem
a menor expressividade. Ademais, no caso em questão o pastor, simplesmente
reuniu alguns adolescentes para evangelizar numa festa de umbanda em praça
pública, sendo que ele mesmo pediu que fosse “sem tumulto”. Não há nenhum
estímulo à agressão verbal ou física, contudo a reportagem chama a ação
pacífica de “formação de milícia”. O interessante é que essa mesma revista, em
outra edição, quando se referiu à violência perpetrada pelos Black Blocs,
qualificou apenas como uma “estratégia errada”. Há uma ardilosa discrepância no
tratamento dos dois casos.
A matéria afirma que a expansão
da igreja evangélica ocorrida no Brasil na última década foi obtida devido à
relação que a “teologia da prosperidade” fez entre o progresso econômico e a
bênção de Deus. É imprescindível salientar que a “teologia da prosperidade” tem
sido ardorosamente impugnada pela maioria dos evangélicos. Se a pujança
econômica alavanca a igreja, como explicar que o maior crescimento dos
protestantes no mundo se dá exatamente onde eles são mais perseguidos, como na
China, no Oriente Médio e na África?
O ápice do engodo é expresso na
alegação de que a igreja presidida por Edir Macedo é a mais influente. Na
realidade, ocorre o contrário: Edir Macedo é manifestamente a liderança mais
criticada entre os evangélicos devido à sua ênfase nas bênçãos materiais. A sua
igreja possui apenas 4% dos evangélicos. Para se ter uma ideia, a Assembleia de
Deus é mais de seis vezes maior. Além disso, a Universal foi a única que
reduziu o número de membros nos últimos anos. Não obstante o exposto, é justo
enfatizar que a Igreja do Bispo Macedo realiza um profícuo trabalho de
ressocialização de pessoas envolvidas com drogas e prostituição.
No nosso país, um líder sindical diz que é válido
pegar em armas; uma militante invade a manifestação de oposição e usa uma faca
para rasgar o boneco alheio; um ministro de estado propõe uma disputa
ideológica com pastores; os Black Blocs depredam, agridem e assassinam; e nada
disso é considerado extremismo pela revista em comento. Contudo,
para se referir aos evangélicos a mesma revista usa expressões como
“extremismo”, “agenda agressiva” e “fúria”, sem citar um único caso de agressão
física. Que a sociedade faça o devido julgamento.
Artigo escrito por André Falcão Ferreira
e publicado no Jornal O POVO de Fortaleza-CE, em 26/10/2015
e publicado no Jornal O POVO de Fortaleza-CE, em 26/10/2015
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