sexta-feira, 20 de maio de 2016

Extremistas são os que perseguem os evangélicos



Recentemente, uma revista nacional publicou com destaque uma matéria capciosa e desacertada sobre o que ela denomina “extremismo evangélico”.
Logo no início, na ânsia de mostrar a qualquer custo um caso que possa ser insinuado como radicalismo, é mencionado um episódio protagonizado por Lucinho Barreto, um jovem pastor da Igreja Batista Lagoinha. É de bom alvitre ressaltar que Lucinho Barreto não tem a menor expressividade. Ademais, no caso em questão o pastor, simplesmente reuniu alguns adolescentes para evangelizar numa festa de umbanda em praça pública, sendo que ele mesmo pediu que fosse “sem tumulto”. Não há nenhum estímulo à agressão verbal ou física, contudo a reportagem chama a ação pacífica de “formação de milícia”. O interessante é que essa mesma revista, em outra edição, quando se referiu à violência perpetrada pelos Black Blocs, qualificou apenas como uma “estratégia errada”. Há uma ardilosa discrepância no tratamento dos dois casos.
A matéria afirma que a expansão da igreja evangélica ocorrida no Brasil na última década foi obtida devido à relação que a “teologia da prosperidade” fez entre o progresso econômico e a bênção de Deus. É imprescindível salientar que a “teologia da prosperidade” tem sido ardorosamente impugnada pela maioria dos evangélicos. Se a pujança econômica alavanca a igreja, como explicar que o maior crescimento dos protestantes no mundo se dá exatamente onde eles são mais perseguidos, como na China, no Oriente Médio e na África?
O ápice do engodo é expresso na alegação de que a igreja presidida por Edir Macedo é a mais influente. Na realidade, ocorre o contrário: Edir Macedo é manifestamente a liderança mais criticada entre os evangélicos devido à sua ênfase nas bênçãos materiais. A sua igreja possui apenas 4% dos evangélicos. Para se ter uma ideia, a Assembleia de Deus é mais de seis vezes maior. Além disso, a Universal foi a única que reduziu o número de membros nos últimos anos. Não obstante o exposto, é justo enfatizar que a Igreja do Bispo Macedo realiza um profícuo trabalho de ressocialização de pessoas envolvidas com drogas e prostituição.
            No nosso país, um líder sindical diz que é válido pegar em armas; uma militante invade a manifestação de oposição e usa uma faca para rasgar o boneco alheio; um ministro de estado propõe uma disputa ideológica com pastores; os Black Blocs depredam, agridem e assassinam; e nada disso é considerado extremismo pela revista em comento. Contudo, para se referir aos evangélicos a mesma revista usa expressões como “extremismo”, “agenda agressiva” e “fúria”, sem citar um único caso de agressão física. Que a sociedade faça o devido julgamento. 

Artigo escrito por André Falcão Ferreira
publicado no Jornal O POVO de Fortaleza-CE, em 26/10/2015

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